Acontece que dentro de toda essa minha descoordenação, tem sempre de existir coerência, compreende? Se certas verdades óbvias fossem admitidas de uma vez por todas, não se precisaria disso. Se não queres, não queres.
E eu queria tanto não me importar. Mas acontece que me importo.
Quanta hipocrisia!
Às vezes é tão ridículo e estúpido ter um pedaço de ontem no hoje. A gente até se esforça para pensar que as coisas são diferentes, mas algumas não mudam nunca. Já desisti de combater isso há muito tempo, é mais cômodo de que dedicar a vida a tentar vencer uma neurose idiota!
É cruel escutar uma mulher dizer: meu negócio é homem, meu bem. Tolas. As mulheres gostam, sim, de mulheres. Umas mais, outras menos. Mas gostam.
Aceito suas preferências, mas não me venha com exclusividades.
E fiquei nervosa.
25.9.05
E depois de alguns bons Dvd`s do Nando, Marisa e Madonna(show das antigas), eu tive que ir. Tínha mesmo que ir embora, era muito tarde. Exatamente aquela hora em que não há ninguém pelos cantos, só as luzes apagadas.
E tudo parecia passar muito devagar, mas era só o bom e velho álcool misturado ao meu sangue. Um intervalo de tempo entre duas coisas importantes e eu preciso agir logo. Caminhar rapidipamente.
Não está frio, nem tenho medo. Apenas penso no que tenho feito e no que preciso fazer.
E não é tempo de nada. Na verdade, nunca é tempo de andar em lugares escuros, sozinha, e na maior parte do tempo, recebendo olhares estranhos e sendo ignorada.
Perdida, penso em tirar a roupa e andar nua, por aí.
Fazer certezas e sorrir para o azar.
Ensaiar sorrisos e planejar abraços.
Talvez seja a hora de colocar em prática toda a minha frustração acumulada. Talvez seja a hora de me importar um pouco mais com o frio e com o porre. Visualizar minha cama quentinha, ou o resto de noite que ainda me sobra, que provavelmente passarei acordada, ouvindo Billie Holiday, talvez chorando, você nunca vai saber.
E tudo parecia passar muito devagar, mas era só o bom e velho álcool misturado ao meu sangue. Um intervalo de tempo entre duas coisas importantes e eu preciso agir logo. Caminhar rapidipamente.
Não está frio, nem tenho medo. Apenas penso no que tenho feito e no que preciso fazer.
E não é tempo de nada. Na verdade, nunca é tempo de andar em lugares escuros, sozinha, e na maior parte do tempo, recebendo olhares estranhos e sendo ignorada.
Perdida, penso em tirar a roupa e andar nua, por aí.
Fazer certezas e sorrir para o azar.
Ensaiar sorrisos e planejar abraços.
Talvez seja a hora de colocar em prática toda a minha frustração acumulada. Talvez seja a hora de me importar um pouco mais com o frio e com o porre. Visualizar minha cama quentinha, ou o resto de noite que ainda me sobra, que provavelmente passarei acordada, ouvindo Billie Holiday, talvez chorando, você nunca vai saber.
16.9.05
surpresa em vê-la, é claro. ela some, desaparece durante alguns dias, sempre esquece os brincos, o número do meu telefone, uma garrafa de vodka e o copo pelo chão. é sempre assim, e agora, mais do que nunca. o que você quer de mim? eu pergunto. eu quero o que sempre quis. olha nos meus olhos e diz o que você quer de mim, sua estúpida infantil! voltei porque esqueci meus brincos, você sabe. é, eu sei, você tem razão, pegue seus brincos, sua garrafa de vodka e adeus. depois de tudo que passou, melhor que ela leve mesmo o que sobrou e não me deixe nada. nada. nada. nós nunca fomos um casal. nunca sabíamos o que responder a quem uma hora ou outra insistia em perguntar 'e aí, vocês?'. quase. ela pode até levar os brincos esquecidos e a garrafa de vodka, mas vou sentir sua presença aqui o tempo todo, porque tenho me sentido extremamente só ultimamente. ando me machucando com coisas pequenas, mesmo que não demonstre. ando brigando com o espelho, mesmo não achando assim tão importante a imagem refletida. e todo esse tempo não significa nada. eu tenho um sentimento particular de não-sei-o-quê-la para com ela, e sei que é recíproco, por isso conseguímos fazer a mesma coisa de sempre, sexo sem culpa. e eu sei, algo dentro de mim grita alto que pela manhã me sentirei vazia. então é isso. a gente se vê, tchau. por que você sempre diz essas coisas, a gente se vê? do que você está rindo? você sabe, isso não é tchau a gente se vê porque amanhã vai acontecer novamente. você é viciada em relações malditas. é, eu sei. fica.
15.9.05
Na verdade eu não sei bem o tempo certo em que isso tudo começou.
Faz muito tempo, tanto tempo que minha memória não alcança. E sempre foi assim. Era justamente por isso que eu ía nas praçinhas andar de bicicleta, dando voltas e voltas e mais voltas, sempre no mesmo lugar. Até ficar tonta. Chegava em casa e nunca dormia. Ficava sempre olhando pro teto. Acordava muito cedo e ía pra escola desenhar desenhar e desenhar.
Então eu fiz 14 anos, parei com meus sonhos patéticos, comprei alguns cds de rock e tomei meu primeiro porre.
Faz muito tempo, tanto tempo que minha memória não alcança. E sempre foi assim. Era justamente por isso que eu ía nas praçinhas andar de bicicleta, dando voltas e voltas e mais voltas, sempre no mesmo lugar. Até ficar tonta. Chegava em casa e nunca dormia. Ficava sempre olhando pro teto. Acordava muito cedo e ía pra escola desenhar desenhar e desenhar.
Então eu fiz 14 anos, parei com meus sonhos patéticos, comprei alguns cds de rock e tomei meu primeiro porre.
12.9.05
Abro a porta e encontro. Sabia que eu estava lá, sabia que aquela era a minha casa.
Então eu vejo, em pé, com aquele olhar desafiador que antes me deixava louca e hoje também, mas de maneira absolutamente diferente.
Eu sabia que não podia, mas mesmo assim, disse: entra!
Eu acho engraçado o modo como, num estado profundo de embriaguez, anda pelo meu quarto sem roupa e pede, mesmo sabendo que eu não gosto 'aumenta ou muda esse cd'.
Adorei seu cabelo novo, eu disse. Ah, quer dizer que você gostou do meu cabelo novo? E eu perguntava quantas vezes teria que dizer aquilo. Quantas vezes eu precisar ouvir, disse. Nós ríamos e eu entendia. Porque sim, fazia parte da maior parte da minha vida. Estávamos sempre a repetir: 'você precisa crescer!'.
Sexo era bom e diferente, mas sabíamos que ia acabar, o que poderíamos esperar, nós não iríamos casar!
Prendendo meus braços contra o colchão, em cima de mim, queria saber se eu sentia saudades. Diga que sente saudades de mim, dizia. E eu ria e dizia que sim, que eu sentia. Mesmo não querendo dizer, mesmo pensando em outra coisa, mesmo assim não poderia não sentir, e sabe por quê? Porque você, meu bem, é a pessoa que eu mais odeio no mundo.
Então eu vejo, em pé, com aquele olhar desafiador que antes me deixava louca e hoje também, mas de maneira absolutamente diferente.
Eu sabia que não podia, mas mesmo assim, disse: entra!
Eu acho engraçado o modo como, num estado profundo de embriaguez, anda pelo meu quarto sem roupa e pede, mesmo sabendo que eu não gosto 'aumenta ou muda esse cd'.
Adorei seu cabelo novo, eu disse. Ah, quer dizer que você gostou do meu cabelo novo? E eu perguntava quantas vezes teria que dizer aquilo. Quantas vezes eu precisar ouvir, disse. Nós ríamos e eu entendia. Porque sim, fazia parte da maior parte da minha vida. Estávamos sempre a repetir: 'você precisa crescer!'.
Sexo era bom e diferente, mas sabíamos que ia acabar, o que poderíamos esperar, nós não iríamos casar!
Prendendo meus braços contra o colchão, em cima de mim, queria saber se eu sentia saudades. Diga que sente saudades de mim, dizia. E eu ria e dizia que sim, que eu sentia. Mesmo não querendo dizer, mesmo pensando em outra coisa, mesmo assim não poderia não sentir, e sabe por quê? Porque você, meu bem, é a pessoa que eu mais odeio no mundo.
7.9.05
É assim porque tem que ser, porque quando vem tudo de uma vez fica difícil pensar antes, são impulsos, estímulos. Você bebe tudo de uma vez, vai lá e faz. Você atravessa o bar só pra falar com a criatura que está lá, do outro lado. Sem pensar. Sem pensar se daqui a dez minutos você vai estar arrependida de ter feito ou mesmo na pista dançando um RockTrash. Você engole rápido, vai lá e fala, porque é isso que você quer, segurar a mão e ver de perto aqueles olhos.
É uma lógica interna na qual eu vejo todos os sentidos.
A ressaca sempre vem, a maldita ressaca. Só minha.
É uma lógica interna na qual eu vejo todos os sentidos.
A ressaca sempre vem, a maldita ressaca. Só minha.
6.9.05
Quando acontece de estar na tpm, choro muito ouvindo as músicas dos Beatles, por exemplo. Nenhuma mulher deveria fazer isso, nenhuma. Ou talvez sim, talvez é exatamente o que toda mulher deveria fazer. Eu não tenho muita certeza, aliás, acho que nunca tive, e agora eu sei disso, que bom. Eu sabia que aquela noite iria ser um desastre total, mas o que acontece é que desde que decidi não mais me dar ouvidos, tenho me fudido bastante, cada vez mais. É viver de impulsos. É ouvir e tentar entender, mesmo depois que já passou.
E é por isso que eu encho a cara e pergunto para os desconhecidos que dão atenção aos bêbados em geral, mas a resposta nunca me é suficiente. Estou sempre a negar o óbvio, e isso me faz bem.
Algumas coisas até parecem ter saído de algum romance barato dessas bancas de revista.
É literatura ruim mesmo, e eu não me importo... "Seus olhos são tão lindos"."Não deveria, mas acho que estou mesmo gostando de você".
E é aí que percebo que os clichês existem, porque eles realmente acontecem.
Então a gente chora ouvindo músicas, e fica acordado a noite inteira pensando no que vai dizer, ou no que deveria ter dito. A gente fala demais, dá escandalo, fica bêbado, e entende que às vezes as pessoas que amamos podem nunca, nunca mesmo, nos amar de volta.
Agora foda-se. No final eu sempre penso que deveria muito, muito mesmo, agradecer a todas as pessoas que partiram meu coração. Porque sim, elas me fazem entender The Beatles.
E é por isso que eu encho a cara e pergunto para os desconhecidos que dão atenção aos bêbados em geral, mas a resposta nunca me é suficiente. Estou sempre a negar o óbvio, e isso me faz bem.
Algumas coisas até parecem ter saído de algum romance barato dessas bancas de revista.
É literatura ruim mesmo, e eu não me importo... "Seus olhos são tão lindos"."Não deveria, mas acho que estou mesmo gostando de você".
E é aí que percebo que os clichês existem, porque eles realmente acontecem.
Então a gente chora ouvindo músicas, e fica acordado a noite inteira pensando no que vai dizer, ou no que deveria ter dito. A gente fala demais, dá escandalo, fica bêbado, e entende que às vezes as pessoas que amamos podem nunca, nunca mesmo, nos amar de volta.
Agora foda-se. No final eu sempre penso que deveria muito, muito mesmo, agradecer a todas as pessoas que partiram meu coração. Porque sim, elas me fazem entender The Beatles.
3.9.05
Não, eu não quero me esconder. Na verdade, eu só preciso escrever. Hoje as minhas idéias estão tão dispersas.
Estive pensando um pouco, mas não o suficiente. Não. Não estive pensando em coisa alguma.
Eu não gosto de falar muito, mas tenho a impressão de quanto menos falo, mais exposta eu estou. É foda. Eu tava pensando que se conseguíssemos voltar, eu adoraria morrer de vez em quando. Como isso não acontece, só me resta dormir. E assim eu tenho tido muito sono. Mas nem tudo é cansaço.
Talvez eu saiba o que fazer, pode ser diferente dessa vez. Mas não vai ser. Por mais que eu jure que será quem me fará perder a respiração - e faz - vai passar. Quando fala comigo, olha pra mim (tem olhos lindos, que merda), enquanto eu tento parecer séria.
São criaturas legais, namoram. Devem ver bons filmes e jogar xadrez, discutir a relação e nunca trepar.
Ninguém mais quer uma garota má. Eu não sou tão ruim assim. As garotas boas, estas sim estão comprometidas. Eu não quero ser uma garota boa, sabe.
Apenas uma distração do que sinto. Só. Idiota.
Tinha algumas coisas que eu queria dizer mas não disse, talvez nunca diga, não sei. Algumas coisas eu não saberia dizer. Ter noção disso é foda. É foda.
É tudo que eu consigo dizer, talvez você entenda.
Ps: trepar. achou forte? Ah, esqueci, ninguém faz isso!
Estive pensando um pouco, mas não o suficiente. Não. Não estive pensando em coisa alguma.
Eu não gosto de falar muito, mas tenho a impressão de quanto menos falo, mais exposta eu estou. É foda. Eu tava pensando que se conseguíssemos voltar, eu adoraria morrer de vez em quando. Como isso não acontece, só me resta dormir. E assim eu tenho tido muito sono. Mas nem tudo é cansaço.
Talvez eu saiba o que fazer, pode ser diferente dessa vez. Mas não vai ser. Por mais que eu jure que será quem me fará perder a respiração - e faz - vai passar. Quando fala comigo, olha pra mim (tem olhos lindos, que merda), enquanto eu tento parecer séria.
São criaturas legais, namoram. Devem ver bons filmes e jogar xadrez, discutir a relação e nunca trepar.
Ninguém mais quer uma garota má. Eu não sou tão ruim assim. As garotas boas, estas sim estão comprometidas. Eu não quero ser uma garota boa, sabe.
Apenas uma distração do que sinto. Só. Idiota.
Tinha algumas coisas que eu queria dizer mas não disse, talvez nunca diga, não sei. Algumas coisas eu não saberia dizer. Ter noção disso é foda. É foda.
É tudo que eu consigo dizer, talvez você entenda.
Ps: trepar. achou forte? Ah, esqueci, ninguém faz isso!
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